domingo, 2 de fevereiro de 2014

PRÁTICAS


PRÁTICAS REALIZADAS

PRÁTICA 1: COLORAÇÃO DE GRAM
PRÁTICA 2: PREPARO DE MEIOS DE CULTURA
PRÁTICA 3: TÉCNICAS DE SEMEADURAS ( Somente Farmacia )
PRÁTICA 4: ISOLAMENTO DE BACTÉRIAS DO MEIO AMBIENTE (Somente Enfermagem)


Microbiota do corpo humano

 Objetivo: Observar a presença de bactérias em diversas partes do corpo humano
 Princípio: Cultivo dos microrganismos isolados das diversas partes do corpo humano, através da semeadura em meios de cultura enriquecido e seletivo para bactérias Gram-positivas (ágar sangue), Gram-negativas ( ágar Mac Conkey) e para fungos ( ágar sabourand)
Material:  Placas com os meios de cultura: ágar sangue, ágar Mac Conkey e ágar sabourand; tubos com 2ml de soro fisiológico; swab estéril
 Métodos:
  1. Escolha uma parte do corpo humano ( mãos, axilas, pés, tórax, boca, etc., ) e colete amostra passando um swab estéril umedecido com soro fisiológico
  2. Semeie a amostra nos meios ágar sangue, agar mac Conkey e ágar Sabourand
  3. Incubar a 37 ºC por 24 a 48 horas e observar as características fenotípicas das colônias. Se possível, contar o número de colônias
Resultados:
Características fenotípicas das colônias:
Tamanho: .................                                           Bordas: .....................
Elevação: ...................                                         Cor: ............................
Hemólise: ...................                                         Fermentação da lactose: ............................


Objetivo: Observar a presença de bactérias em diversas áreas do meio ambiente
Princípio: Cultivo dos microrganismos isolados das diversas áreas do meio ambiente, através da semeadura em meios de cultura enriquecido e seletivo para bactérias Gram-positivas (ágar sangue), Gram-negativas ( ágar Mac Conkey) e para fungos ( ágar sabourand)
Material: Placas com os meios de cultura: ágar sangue, ágar Mac Conkey e ágar sabourand; tubos com 2ml de soro fisiológico; swab estéril
Métodos:
  1. Escolha uma área do meio ambiente ( piso, bancadas, equipamentos, maçanetas da porta, ar ) e colete amostra passando um swab estéril umedecido com soro fisiológico sobre a área[1]
  2. Semeie a amostra nos meios ágar sangue, ágar Mac Conkey e ágar Sabourand
  3. Incubar a 37 ºC por 24 a 48 horas e observar as características fenotípicas das colônias. Se possível, contar o número de colônias
 Resultados:
Características fenotípicas das colônias:
Tamanho: .................                                           Bordas: .....................
Elevação: ...................                                         Cor: ............................
Hemólise: ...................                                         Fermentação da lactose: ............................
 QUESTÕES
  1. De que forma a flora normal dificulta o desenvolvimento de possíveis patógenos.
  2. Em que período do desenvolvimento humano se inicia o desenvolvimento da microbiota normal?
  3. As bactérias infectantes causam doenças, quando invadem os tecidos mais profundos. Para permanecer em estado de saúde, portanto, o hospedeiro precisa defender-se constantemente contra a invasão bacteriana. Descreva os principais mecanismos de defesa antibacteriana do hospedeiro
  4. Cite os possíveis  mecanismos, que os microrganismos da microbiota normal do homem, utilizam para impedir à proliferação de agentes patogênicos.
  5. Descreva o procedimento que utilizou para isolar as bactérias do meio ambiente.
  6. Quais são os fatores que contribuem para a proliferação e disseminação de bactérias no meil ambiente?
  7. De que forma pode-se manter sob o controle a população microbiana em um ambiente?
  8. Qual a importância do isolamento de germes em um ambiente hospitalar?


Prática 3: Técnicas de semeaduras

Objetivo: Desenvolver as técnicas básicas de semeadura de material para isolamento de germes

Princípio: Uma população microbiana, sob condições naturais, contém muitas espécies diferentes. Os microbiologistas devem ser capazes de isolar, enumerar, e identificar os microrganismos em uma amostra, para então classificá-los e caracterizá-los. Os microrganismos na natureza normalmente existem em culturas mistas, com muitas espécies diferentes ocupando o mesmo ambiente. Ao determinar as características de um microrganismo, ele deve estar em cultura pura, ou seja, em que todas as células na população são idênticas no sentido de que elas se originaram de uma mesma célula parental. Em laboratório, os microrganismos são cultivados ou desenvolvidos em material nutriente denominado meio de cultura. O tipo de meio utilizado depende de vários fatores :
  • Considerações sobre a origem do material a ser analisado
  • A espécie que se imagina estar presente nesta amostra
  • As necessidades nutricionais dos organismos
Material: Alça de platina, meio sólido em placa (ágar Mueller-Hinton, ágar sangue, EMB, etc.,), tubos contendo 10ml de meio Mueller-Hinton, pipetas de 1ml,  tubos com 4,5ml de salina estéril, alça de Drigalsky, bico de Bunsen, swab estéril, galeria para tubos de ensaio, placas de Petri estéreis, becker de 100ml com álcool, estufa a 37ºC, banho-maria a 100ºC, material biológico (saliva, sec. nasal, sec.ouvido, sec.orofaringe,  fezes, urina, etc.)

Métodos:
Técnica de Esgotamento: A mais utilizada para isolamento de germes em meio sólido (ágar sangue, ágar EMB, etc ), onde se utiliza uma alça de platina, previamente flambada e esfriada
  •  Com a alça de platina, tocar suavemente na amostra.
  • Passar a alça sobre o meio de cultura em movimento de zigue-zague sem sobrepor as linha e sem recarregar a Alça[1].
  • Incubar as placas a 37ºC por 24 a 48 horas
Espalhamento “Pour Plate”: Consiste em fazer uma prévia diluição da amostra e colocar em uma placa de Petri vazia e depois derramar o meio sobre a amostra e agitar para homogeneizar a amostra diluída com o meio de cultura. Técnica:
  • Fazer diluição seriada da amostra, ex. 1/10, 1/100 e 1/1000.
  • Colocar 1 ml de cada diluição em uma placa de Petri estéril
  • Fundir 10 ml de meio sólido e refriar a 65ºC
  • Derramar sobre a amostra na placa e aplicar movimentos suaves na placa para misturar a amostra com o meio;
  • Esperar o meio solidificar novamente e incubar  as placas a 37ºC por 24 a 48 horas
 Espalhamento Pós Plate: Consiste em espalhar a amostra diluída ou não sobre o meio com auxilio da alça de Drigalsky, para obter colônias isoladas.

 Resultados:  Observar as colônias isoladas, caracterizadas pela formação de pontos isolados sobre o meio de cultura, após a incubação.

 Recomendações Para Semeadura de Material Biológico
 Para execução de uma boa semeadura, certas precauções especiais devem ser observadas pelo manipulador, com o fim de preservar a pureza do cultivo e minimizar os riscos de infecção ou intoxicação no Laboratório:

  • Todo processo deve ser feito em ambiente limpo e desinfetado, próximo de uma chama “azul” de um bico de Bunsen, ou então dentro de uma câmara de fluxo laminar;
  • Alça de platina utilizada para semear, deve ser flambada antes e depois da semeadura;
  • As placas semeadas devem ser incubadas com tampa invertida para não haver transpiração do meio sobre a tampa
  • Regular a entrada de ar do bico de Bunsen, para obter uma chama azul ( zona de esterilidade );
  • Os tubos ou recipientes com meios de cultura, estéreis ou com material a ser inoculado, deverão ser abertos ou manipulados, somente na proximidade da chama do bico de Bunsen (zona estéril);
  • As manipulações devem ser feitas, preferencialmente, por trás da chama do bico de Bunsen.
  • As alças ou agulhas, de platina ou níquel-cromo, devem ser flambadas imediatamente antes e depois de qualquer transferência. Elas devem ser flambadas em todo seu comprimento, a partir de alguns centímetros do cabo de Kolle, até ao rubro, mantendo-as em posição vertical à chama do bico de Bunsen. Nunca iniciar a flambagem pela extremidade livre da alça ou agulha. Deixar esfriar nas proximidades da chama;
  • Passar, ligeiramente, dentro da chama do Bico de Bunsen, imediatamente antes e depois da transferência, pipetas graduadas estéreis, pipeta Pasteur, ou alça de Drigalsky;
  • Nunca abrir ou deixar aberto verticalmente os tubos ou frascos com culturas, incliná-los a aproximadamente em ângulo de 30º;
  • No caso de tubo com ágar inclinado, este deve ficar de preferência na horizontal. Flambar também a boca dos tubos ou frascos contendo culturas e meios, imediatamente antes e depois da transferência;
  • Nunca depositar a tampa ou tampão de algodão dos tubos ou frascos sobre a bancada ou mesa de trabalho;
  • Descartar pipetas usadas em recipientes contendo soluções detergentes ou desinfetantes;
  • Tratar de dispor o material de trabalho em posição adequada à fácil manipulação, sem riscos de acidentes ou trocas. Manter os tubos, alças e agulhas sempre na posição vertical, em suportes e estantes apropriadas;
  • Identificar adequadamente o material de trabalho.
Conservação das culturas puras
Uma vez que os microrganismos tenham sido isolados em cultura pura, é necessário manter as culturas vivas por um período de tempo com o objetivo de estudá-las. Para armazenar por um período curto, as culturas podem ser mantidas à temperatura de refrigeradores (4 a 10 oC); Para armazenar por um período longo, as culturas são mantidas em nitrogênio líquido (-196 oC) ou em freezers (-70 a -120 oC), ou ainda congeladas, e então desidratadas e fechadas à vácuo em um processo denominado liofilização
Alguns dos mais usados métodos de conservação:
  • Transferência periódica para meios novos
  • Sob camada de óleo mineral
  • Liofilização
  • Congelamento
As coleções de culturas são bancos de microrganismos e outras células que estão à disposição de pesquisadores, professores, investigadores de patentes, e todo aquele que necessite estudar um tipo particular de microrganismos - um conjunto de células de referência de uma coleção de cultura padrão. As células são congeladas em cubas de nitrogênio líquido ou liofilizadas para resistir a qualquer variação que possa destruir a identidade da célula original.

QUESTÕES
  1. O que significa semear um material clinica?
  2. Qual  principio das técnicas de semeadura?
  3. O que significa repicar uma cultura?
  4. Como se obtém uma cultura pura.
  5. Qual importância da cultura pura no diagnóstico de doenças infecciosas?
  6. Para se identificar uma bactéria é necessário se obter uma cultura pura. Por que uma cultura mista conduz a erros de identificação?
  7. Em laboratório, os microrganismos são cultivados ou desenvolvidos em material nutriente denominado meio de cultura. O tipo de meio utilizado depende de vários fatores. Cite-os.
  8. Por que todo processo de semeadura deve ser feito em ambiente limpo e desinfetado, próximo de uma chama “azul” de um bico de Bunsen, ou então dentro de uma câmara de fluxo laminar;
  9. As placas semeadas devem ser incubadas com tampa invertida para não haver transpiração do meio sobre a tampa. O que pode ocorrer com as colônias se as placas forem incubadas com a tampa para cima?
  10. Comente sobre os seguintes métodos de conservação de bactérias: a) Liofilização, b) Congelamento, c) Transferência periódica para novos meios, d) conservação sob camada de óleo mineral


Prática 2: Preparo de Meios de Cultura

Objetivo: Familiarizar o aluno com o preparo dos meios de cultura mais usados em microbiologia; 
Discutir a aplicação de meios específicos para o cultivo de microrganismos distintos

Princípio: Os microrganismos, para um crescimento adequado, necessitam de nutrientes (fontes de carbono, nitrogênio, enxofre, fosfato, etc., ) e condições ambientais favoráveis (pH, pressão osmótica, temperatura, umidade, etc., ).
Meios de cultura são associação qualitativa e quantitativa de substâncias que permitem o cultivo de microrganismos fora do meio natural. Em condições naturais, nos diversos “habitats”, os microrganismos ocorrem em populações mistas. Os meios de cultura permitem isolar os microrganismos para estudo e pesquisa.

Material: Peptona, extrato de carne, ágar-agar,  ágar Mueller-Hinton, Caldo BHI, sangue de carneiro desfibrinado, tubos contendo 10ml de ágar-base,  pH-metron, placas de Petri estéreis, pipetas de 1ml estéril, balança, provetas.

Equipamentos: Autoclave, cronômetro, Banho-Maria a 55ºC 

Métodos
Caldo Simples
Peptona.....................5,0g
Extrato de carne  ......3,0g
Água destilada .... 1000ml
      Pesar os ingredientes, dissolver em água destildada e acertar o pH para  7,3. Distribuir em 2ml/tubo. Autoclavar120°C por 15'. Manter em geladeira.
Ágar Simples
Ágar.................... 15,0g
Peptona................. 5,0g
Extrato de carne ....3,0g
Água destilada ...1000ml
      Pesar os ingredientes e dissolver a quente. Acertar o pH para 7,3. Autoclavar 120°C por 15'. Distribuir em placas. Manter em geladeira.
Ágar Sangue 
            Adicionar sangue de carneiro desfribinado no ágar nutriente fundido e resfriado a 55ºC, na proporção de 5%, ou seja, para cada 10ml do ágar nutriente adicionar 0,5ml do sangue. Homogeneizar e distribuir em placas.

Ágar Chocolate

           Adicionar sangue de carneiro desfribinado no ágar nutriente fundido e resfriado a 70ºC, na proporção de 5%, ou seja, para cada 10ml do ágar nutriente adicionar 0,5ml do sangue. Homogeneizar e distribuir em placas.

Ágar Mueller Hinton
Composição (g/litro) 
Infuso de carne .......300g
Casaminoácido .......17,5g
Amido......................1,5g
Ágar .........................17g

pH final 7,3
Modo de preparação
          Suspender 38,0g em 1000 ml de água destilada ou deionizada e aquecer até ebulição para dissolver completamente. Esterilizar em autoclave durante 10 min.,  a 15 Atm pressão (121ºC), esfriar a 50ºC e distribuir em placas de Petri.

 Caldo BHI (Brain Heart Infusion)
Composição (g/litro)
Infuso de cérebro de carneiro...200g
Infuso de coração bovino ......  250g
Peptona proteosa, Difco .........  10g
Dextrose ................................... 2g
Cloreto de sódio ......................   5g
Fosfato disódico ....................  2,5g
Modo de preparação
         
           Dissolver 37 gramas em um litro de água destilada ou deionizada. Agitar até completa dissolução. Esterilizar em autoclave durante 15 minutos a 15 atm.
pH final 7,4

Comentários
                Desde o inicio, os microbiologistas aprenderam que podiam cultivar uma grande variedade de bactérias em “caldos”, obtidos pela cocção de tecidos animais ou vegetais. Em 1923, Mueller[1], tentando definir esta vaga necessidade, em termos de compostos específicos, descobriu o então desconhecido aminoácido,  metionina. A nutrição bacteriana tornou-se campo dinâmico durante os anos subsequentes; porém com o reconhecimento da unidade bioquímica, os vários esquemas nutritivos revelaram ser simplesmente pequenas variações de um tema central e o estudo da nutrição bacteriana perdeu muito de seu interesse teórico. Apesar disso, este campo detém sua importância prática e ainda apresenta desafios; por exemplos, o bacilo da lepra, o treponema da sífilis e riquétsias não podem ser cultivados em meios artificiais.
                Inicialmente, o único método existente para contagem de bactérias ou para o isolamento de culturas puras (clones), era a diluição até a extinção, isto é, até a perda da infectividade. Um progresso importante foi a introdução dos meios sólidos por Koch. Os materiais usados inicialmente eram pouco satisfatórios: a superfície da batata cortada podia permitir um crescimento confluente, enquanto que a gelatina permanecia sólida apenas em temperaturas relativamente baixas, sendo liquefeita por muitos microrganismos. Assim sendo, Frau Hesse, esposa de um médico e bacteriologista amador alemão, introduziu o ágar, um produto japonês que ela empregava  para engrossar as sopas.
                O ágar (do malaio “agar-agar”) é um polissacarídeo obtido de certas algas marinhas (várias algas vermelhas). Constitui-se primariamente de galactose, com um radical sulfato para cada 10 ou 50 resíduos. O ágar mostrou-se ideal para formar meios sólidos. Não é tóxico para a bactéria, e muito poucas conseguem atacá-lo. Em concentrações de 1,5 a 2,0% apresentam uma superfície úmida para permitir crescimento, mas seca o bastante para manter separadas as colônias (Excepcionalmente, certos microrganismos móveis, comoProteus, exigem ágar a 5% para impedir a formação do véu.
                Após a fusão entre 80 e 100ºC, as soluções de ágar permanecem líquidas até 45-50ºC, temperatura que muitas bactérias toleram por alguns instantes; após a solidificação em temperatura ambiente, permanecem sólidas até muito acima de 37ºC. A estrutura fibrosa de um gel é suficientemente compacta para impedir a movimentação de bactérias no seu interior, mas bastante aberta para permitir a difusão, até mesmo de nutrientes macromoleculares.

QUESTÕES
  1. O que são  meios de cultura e qual a sua aplicação na prática médica?
  2. Alguns microrganismos, como Micobacterium leprae, ainda não se conseguiu cultivar em meios de cultura. Quais as possíveis dificuldades e qual a importância desta técnica?
  3. O que são macronutrientes e micronutrientes ? Cite os principais exemplos
  4. Qual a função do ágar-ágar na formulação dos meios de cultura?
  5. Quais as influências da temperatura e tempo de incubação no crescimento bacteriano
  6. Como se classificam os microrganismos quanto ao D.B.O (Demanda Bioquimica de Oxigênio)?
  7. O que significa “crescimento”, quando aplicado a organismos celulares como as bactérias, e qual o processo de reprodução comumente encontrado nas mesmas?
  8. Descreva as fases do crescimento de uma célula bacteriana ao se desenvolver em um meio de cultura adequado
  9. Descreva sobre os principais fatores que interferem no crescimento bacteriano
  10. Qual a relação que existe entre o requerimento nutricional de um microrganismo e a formulação de meios de cultura?

PRÁTICA 1: COLORAÇÃO DE GRAM

Objetivo: Observar formas, disposição e comportamento tintorial das bactérias. Distinguir bactérias Gram-positivas das Gram-negativas

Princípio: O método de Gram permite classificar  as bactérias em dois grandes grupos: as que retêm Violeta de genciana ( Gram-positiva ) e as que não retém o violeta genciana (Gram-negativa). Além do mais, é útil para determinar a forma ( cocos e bacilos ), e o arranjo das células após a divisão celular ( em forma de cacho, cadeias, sarcina  etc., ). As células bacterianas são caracterizadas morfologicamente:
·      Comportamento tintorial: Gram-positiva ou Gram-negativa
·      Forma: cocos (esféricos), bacilos (cilindricos) e espirilos (espiralados)
·      Arranjo: Disposição das células entre si. Os cocos podem estar isolados, aos pares(diplococos), agrupados em cachos (estafilococos), em cadeia (estreptococos). Os bacilos e espirilos se apresentam em geral como células isoladas porém,  ocasionalmente,   pode-se   observar   bacilos  aos  pares (diplobacilos)  ou  em cadeia ( estreptobacilos ).

            Quanto ao tamanho, as células bacterianas são sempre de dimensões microscópicas, o diâmetro da maioria delas varia de 0,2 a 1,5 mm e comprimento de 1 a 6 mm.

Material: Reagentes de Gram: sol. cristal-violeta 2%; sol. aquosa de iodo (Lugol); mistura álcool-acetona; sol. alcoólica de safranina[1], Lâminas: Suporte para lâminas; alça de platina; Bico de Bunsen;  Microscópio; Óleo de Imersão

Método:
·         Cobrir a área do esfregaço com a solução  de cristal-violeta  por cerca de 1min.;
·         Lavar com água corrente e escorrer o excesso de água;
·         Cobrir a área do esfregaço com a solução de iodo durante cerca de 1 minuto;
·         Descorar a lâmina com a mistura álcool-acetona, até que o solvente escorra incolor;
·         Cobrir o esfregaço com a solução de safranina1 por cerca de 30 segundos;
·         Lavar com água corrente;
·         Deixar secar ao ar .

REAGENTES PARA COLORAÇÃO DE GRAM
Cristal Violeta
Solução A
Cristal-violeta..........       2g             
Álcool etílico ............   20 ml           
Solução B
Oxalato de amônio ...... 0,8g   
Água destilada ............ 80 ml
MISTURA A + B
Lugol

Iodo ...........................1g
Iodeto de potássio ...... 2g   
água destilada ......   300ml


Contracorante
Solução estoque:
Safranina 2,5 g / 100ml
Solução uso: Diluir sol. estoque 1/10




Interpretação: As bactérias Gram-positivas retém o cristal-violeta e se apresentam com coloração violeta, enquanto as Gram-negativas são descoradas pelo álcool-acetona, sendo, portanto, coradas pela safranina e se apresentam róseas.

Comentários:

Em 1884, o médico Dinamarquês Cristian Gram descobriu, empiricamente, ao corar cortes histológicos com violeta genciana, através do método de Ehrlich (1882), que as bactérias que eles continham não eram descoradas pelo álcool, se previamente tratadas com solução de iodo. Ele adicionou a este procedimento um contra-corante (safranina, fucsina básica, etc.,) e estabeleceu, a partir dai, uma metodologia de coloração diferencial.
            Ao longo destes anos, o mecanismo de coloração de Gram foi sobejamente estudado. E nesta medida, muitas modificações foram propostas, sem contudo afetar substancialmente a idéia original.
Os microrganismos respondem diferentemente ao método. Há os que retém o pigmento característico do corante (cristal violeta) em vista da formação de um complexo com a solução iodo-iodeto (lugol), apesar da lavagem com álcool ou acetona, motivando uma desidratação da parede celular, diminuição da porosidade e da permeabilidade. São os Gram-positivos. E há os que permitem a remoção do pigmento do corante pela lavagem com álcool ou acetona, em decorrência da extração de lipídios da parede, o que leva a um aumento da porosidade celular. São os Gram-negativos. Tratando, os dois grupos, com contra-corante (safranina ou fucsina básica) observa-se que as células do primeiro (Gram-positivos) não são afetadas e permanecem azuis ou violeta; enquanto que para o outro (Gram-negativos) as células absorvem o contra-corante, tornando-as vermelhas.
A parede celular bacteriana apresenta particularidades na sua composição química. Este dado é absolutamente coincidente com a resposta à reação de Gram. A presença de maior teor de peptideoglicano nos Gram-positivos, tem sido apontado como fator determinante da retenção do complexo ao nível de parede. Tanto assim que os protoplastos, produzidos por ação de lisozima ou por efeito de penicilina sobre os Gram-positivos, não são capazes de reter o pigmento, após lavagem com álcool ou acetona. Portanto, a reação de Gram resulta essencialmente das interações do complexo, cristal violeta ou violeta de genciana e iodo, com o peptídeoglicano da parede celular, numa combinação ainda não de todo esclarecida, na qual a presença de ribonucleato de magnésio é mediadora da fixação do corante.
A reação de Gram tem largo relacionamento com o estado fisiológico da célula. As culturas jovens respondem melhor à diferenciação tintorial. As culturas velhas de Gram-positivas podem se apresentar como Gram-variaável, pela perda da capacidade de retenção do corante.
A coloração é hoje empregada com elevado significação taxonômica. Assim, são Gram-positivos quase todos os bacilos esporulados, móveis por flagelos peritríquios e a quase totalidade dos cocos. São Gram-negativos a quase totalidade dos bacilos não esporulados, móveis por flagelos peritríquios  ou polares, e todas as espiroquetas, apenas para citar alguns exemplos.

Questões
1.      A coloração de Gram possibilita caracterizar as bactérias quanto ao comportamento tintorial (Gram-positiva e Gram-negativa), morfologia (cocos, bacilos, espirilos) e arranjo (em cacho, em cadeias, aos pares). Qual o significado destas informações para a medicina?
2.      A coloração de Gram exerce alguma importância em diagnósticos clínicos de bactérias isoladas de infecções humanas e animais? Citar pelo menos um exemplo.
3.      Empiricamente, Gram estabeleceu uma sequência para a aplicação dos corantes que integram a metodologia. Comentar os resultados possíveis de serem obtidos com as inversões da sequência referida no método.
4.      Sabe-se que se a parede celular é o sítio preferido pela fixação da reação de Gram. Fazer um esquema mostrando esta associação, para o caso típico de uma bactéria Gram-positiva.
5.      Sendo o Gram um método de coloração diferencial, como esta reação pode ser empregada para a verificação do estado de pureza de uma determinada cultura?
6.      Comente o efeito da penicilina sobre a parede celular bacteriana, correlacionando-o com a reação tintorial de Gram.
7.      Comente a frase: “Uma bactéria Gram-negativa pode tornar-se Gram-positiva, dependendo do tempo de incubação da cultura, mas o inverso não é verdadeiro”.
8.      Os procedimentos realizados estão de acordo com o protocolo. Comente as alterações ou adaptações realizadas
9.      Relacione os matérias listados neste protocolo que não foram utilizados e quais outros materiais utilizados. Será que houve alguma falha no procedimento pela falta ou substituição do material?
10.  Quais as dificuldades encontradas na realização dessa prática?
11.  Os procedimentos de biossegurança foram seguidos com rigor? Quais os possíveis riscos de acidente de trabalho que os alunos e o professor sofreram? Comente sobre as normas de biossegurança.
12.  Elabore 10 questões a respeito da prática ao seu professor, para melhor esclarecimento das suas dúvidas

AUTOCLAVE

VEJA ARTIGO ORIGINAL EM:

A autoclave é um aparelho muito utilizado em laboratórios de  pesquisas e hospitais para a esterilização de materiais. O processo de autoclavagem consiste em manter o material contaminado em contato com um vapor de água em temperatura elevada, por um período de tempo suficiente para matar todos os microorganismos.
A autoclave é formada por um cilindro metálico resistente, vertical ou horizontal, onde geralmente fica a resistência que aquecerá a água (A). Possui uma tampa que apresenta parafusos de orelhas (B) e permite fechá-la hermeticamente. Em cima da tampa estão a válvulas de segurança e de ar (C). Apresenta também uma chave de comando para controlar temperatura (D) e um registro indicador de temperatura e pressão (E).

AUTOCLAVAGEM PASSO A PASSO
Passo 1: Preparo do material a ser autoclavado
Antes de autoclavar é necessário preparar o material. As placas de Petri, espátulas, pipetas devem ser  embaladas com papel craft. Frascos com meio de cultura, água e soluções não devem ser totalmente  fechados. Geralmente é utilizada uma rolha feita de algodão hidrofóbico (que não molha) e gaze. Essa  rolha permite que o vapor entre dentro do frasco e esterilize a solução. Se o recipiente estiver totalmente fechado não haverá esterilização. É colocada uma fita adesiva indicadora de esterilização que mudará de cor após a autoclavação.
Passo 2: Verifique o nível da água.
Adicione água destilada suficiente para cobrir a resistência, de forma a impedir a oxidação do metal e danificação da resistência.Coloque o material no cesto (não coloque mais que um terço do volume do equipamento). Feche a autoclave, rodando as chaves dispostas. E ligue a autoclave no máximo.
Passo 3:
Atenção: Ao utilizar uma autoclave pela primeira vez, peça alguém que já tenha experiência com este aparelho para te acompanhar.
Então para começar ....
Ligue a autoclave na chave MAX. Espere até começar a sair um jato de ar residual e feche a válvula.Depois que fechar a válvula a temperatura e pressão começarão a subir.
Passo 4
Após aproximadamente 15 a 20 minutos, quando o registro estiver marcando 121° coloque na temperatura média. A partir desse momento começa a esterilização. Então deve-se marcar 15 ou 20 minutos, (dependendo do volume do material). Após esse período a autoclave deve ser desligada.
Atenção: Espere a temperatura abaixar antes de abrir o equipamento.
Retire o material ainda úmido da autoclave e deixe-o secar à temperatura ambiente ou em uma estufa. Observe que a fita indicadora mudará de cor.

VEJA O VIDEO EM: http://youtu.be/zY8Zj_ryeKk

Para saber mais

Existem inúmeras técnicas de esterilização. Na indústria os processos mais utilizados são a esterilização por vapor (autoclave), óxido de etileno e radiação ionizante. Esses dois últimos são empregados em  materiais que não suportam altas temperaturas, o que acontece na esterilização por calor úmido. Mas apesar de toda a tecnologia na área da esterilização muitos hospitais ainda utilizam panelas de pressão para esterilização dos materiais hospitalares e de forma eficiente as contaminações são evitadas


SUGESTÕES E NORMAS PARA AS AULAS PRÁTICAS – 
NORMAS DE BIOSSEGURANÇA


          Nas aulas práticas de Microbiologia e imunologia trabalha-se com uma variedade de bactérias, algumas patogênicas para o homem. É essencial seguir as normas de segurança estabelecidas para um Laboratório de Microbiologia, a fim de evitar uma contaminação dos estudantes, professores e funcionários.
  1. Use um jaleco para proteger sua roupa;
  2. Os horários de aula deverão ser obedecido com rigor, tendo uma tolerância máxima de 15 min.
  3. É obrigatório o uso de jaleco e sapatos fechados para assistir as aulas práticas, pois além de proteger a roupa, condiciona o aluno à limpeza e disciplina;
  4. Antes de começar a trabalhar no Laboratório, leia o protocolo ou roteiro das técnicas. Procure compreender os princípios fundamentais de cada um;
  5. Cada prática deverá ser iniciada com breve explicação e instruções. Quando não entender o método ou a finalidade de algum experimento, pergunte;
  6. Anote cuidadosamente todas as observações;
  7. O Laboratório deve ser um recinto calmo. Evite falar em voz alta e sair desnecessariamente de seu lugar;
  8. Limpe a bancada com algodão umedecido com desinfetante, antes e depois dos trabalhos;
  9. Sendo alguns dos microrganismos patogênicos em potencial, é necessário desenvolver técnicas de assepsia ao manejá-los. Evite o contato da boca com as mãos, e atitude como fumar, comer ou umedecer as etiquetas com a língua. Após terminar o trabalho prático, lave as mãos com água e sabão;
  10. As alças e agulhas de repicagem devem ser flambadas antes e após a sua introdução nas placas e tubos de cultura. Estes deverão ser s flambados após a retirada da rolha e, também, antes de recolocá-la;
  11. Os meios de cultura semeados devem ser devidamente identificados (data, grupo e sala) e mantidos sobre a mesa para que os técnicos possam levá-los para a estufa;
  12. Após o uso, lâminas, lamínulas e pipetas devem ser colocadas em recipientes apropriados, com solução desinfetante, os quais se encontram sobre as mesas;
  13. Não coloque material contaminado nas pias;
  14. Ao lidar com vidros, cuidado para não quebrá-los e nem se cortar;
  15. Leia com atenção os rótulos dos frascos antes de utilizar as substâncias que eles contêm;
  16. Antes de qualquer observação microscópica, verifique as condições em que se encontra o microscópio (abertura do diafragma, posição do condensador, objetivas, oculares, etc.,). Após o uso, limpe as lentes com lenço de papel;
  17. Lavar as mãos ao sair do Laboratório e sempre que suspeitar de contaminação;
  18. Cuidado  ao acender o bico de gás (bico de Bunsen). Verificar se não existem substâncias inflamáveis por perto;
  19. Flambar alças, agulhas e pinças antes e após o uso;
  20. Avisar ao professor em caso de contaminação acidental.
  21. Identificar adequadamente o material de trabalho.
  22. Utilize o laboratório somente quando estiver realizando as práticas. Não risque as bancadas. O aluno deverá encontrar seu lugar limpo e assim deixá-lo para o colega seguinte. Se observar algo errado comunique ao professor para que ele possa tomar as devidas providências. Limpe seu lugar quando terminar o trabalho;
  23. Quando aquecer uma substância em tubo de ensaio, não aponte a extremidade livre para si nem para outra pessoa;
  24. Substâncias inflamáveis devem ser aquecidas em banho-maria ou chapa elétrica;
  25. Não atire material usado descuidadamente na pia, principalmente lâminas e lamínulas. Depois de usado, todo o material deve ser reposto no seu devido lugar;
  26. Ocorrendo qualquer acidente, avise imediatamente ao professor;
  27. Tome nota de todos os dados e resultados que for obtendo durante a realização da prática;
  28. Terminada a prática, não deixe material algum sobre as mesas de trabalho;
  29. É expressamente proibido fumar dentro do laboratório;
  30. Você irá trabalhar em grupo formado sob seu critério. Portanto escolha bem seus companheiros de trabalho.
  31. Os assuntos desenvolvidos nas aulas práticas durante o período poderão ser cobrados nas avaliações teóricas.
  32. Serão exigidos relatórios das práticas realizadas e as questões propostas respondidas



[1] Ou Fucsina de Ziehl diluida 1/10

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